Guardas municipais de Belém debatem sobre racismo para marcar o Dia da Consciência Negra
A Guarda Municipal de Belém, por meio do Núcleo de Atenção à Guarda Feminina (NAGF), promoveu na manhã desta sexta-feira, 22, na sede da instituição, uma programação especial alusiva ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.
Durante a abertura do evento, o inspetor-geral da GMB, Joel Monteiro, falou da importância da atividade, pontuando as ações realizadas pela Guarda, entre elas, promover cursos aos guardas municipais sobre o enfrentamento à violência, sobretudo, focados no atendimento aos grupos que vivem em situação de vulnerabilidade social.
“O enfrentamento ao racismo foi um tema bastante discutido em nossa instituição nesses quatro anos de gestão. Para atender melhor a nossa população, sobretudo, quem está no grupo mais vulnerável, oferecemos diversos cursos, em conjunto com a Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant), para oferecer melhor os nossos serviços de segurança. Somos uma instituição próxima da comunidade, comprometida com a prevenção e promoção de direitos para todos”, disse Joel.
Com o tema “Respeito não tem cor, tem consciência”, a programação contou com realização de uma dinâmica, sessão de cinema e bate-papo com a jornalista, atriz e educadora social Wellingta Macedo, que teve como base o curta brasileiro “Xadrez das Cores”, para tratar sobre o assunto com os guardas municipais.
A palestrante resgatou a história dos negros, desde a escravidão até as dificuldades e luta contra o preconceito racial. “As pessoas não entendem que o racismo, enquanto ideologia, continua propagando divisão social e racial. A nossa luta não é contra as pessoas brancas e sim contra os racistas”. Ela disse, ainda, que o filme foi um instrumento didático “para revelar as entranhas do racismo cultural brasileiro, proveniente da primazia colonial dos brancos sobre os negros, mas que pode ser superado”.
Há 27 anos como servidor público, o inspetor Jarde Alves participou do evento e disse ficar emocionado durante a dinâmica realizada pela assistente social da GMB, Pauliane Araújo. “Foi muito forte e me senti representado nas perguntas. Passou um filme na minha cabeça, lembrando de tudo que passei na minha infância, porque já fui discriminado por causa da minha pele, até mesmo no meu trabalho”.
Texto:
Thais Veiga
Fotos: Thais Veiga


