Para algumas pessoas, o bairro é mais conhecido pela localização do Parque Ambiental do Utinga. Para outras, o bairro é o seu amor. Situado na zona leste da capital paraense, o Curió-Utinga completou 27 anos de criação oficial no último dia 7 de agosto, ocasião em que a comunidade se reúne na charmosa Praça das Castanheiras. Territorialmente, o bairro, que é um dos 10 reunidos no Distrito Administrativo do Entroncamento (Daent), é o maior da cidade. Foi nele que a Prefeitura de Belém realizou a décima Ação Belem Cidadã, na manhã deste sábado, 23.
O programa itinerante leva um conjunto de serviços, saúde e lazer para a população. A Secretaria Municipal de Administração (Semad) ofereceu orientações sobre processos administrativos dos servidores e informações sobre cursos de formação, graduação e pós-graduação. O prefeito Edmilson Rodrigues visitou a comunidade durante a programação e contou com a companhia da secretária Jurandir Novaes.
Lugar melhor
Vendedor de peixe fresco, Renato da Silva diz que está no bairro há 16 anos. E não o troca por nenhum outro. “Eu amo esse bairro. Quando cheguei aqui, era muito triste. As pessoas jogavam muito lixo na rua. Um negócio feio, feio. Agora não. O coletor passa. Começou a melhorar. Ainda tem gente que joga na rua, pra avacalhar o bairro. Mas, melhorou. Louvo a Deus de as pessoas cuidarem. Tem um senhor ali que ele manda roçar. Eu já tive muita briga com ele. Hoje peço que Deus abençoe ele, porque ele cuida desse canteiro, manda capinar, limpar. Quando a gente gosta de um lugar, quer um lugar melhor”, conta ele, esbanjando simpatia.
Renato tem sua banca de madeira no canteiro “do tubo de água” e garante que faz o que gosta. “Querendo trabalhar com alguma coisa, perguntei pro meu pai. Ele me deu ideia de trabalhar com aquilo que a gente gosta. Eu gosto de trabalhar com marretagem. Então procurei o peixe. Graças a Deus, eu me dediquei. Eu já era vendedor de tacacá e não sabia cortar o peixe. O pessoal brigava comigo: ‘me dá essa faca, que tu tá estragando meu peixe’. Fui me dedicando cada vez mais. Aprendi a cortar o peixe e eu trabalho pra eles da minha melhor forma. Dou o meu amor todo pro pessoal do Curió”, garante o vendedor, que oferece gó, dourada, gurijuba, filhote, pratiqueira, pescada branca, mapará, tainha.
Adesão
Renato da Silva terminava de vender seus peixes para seguir à Praça das Castanheiras, onde já se encontrava um grande número de pessoas em busca de emissão de documentos, de inscrição em programas do governo, da aplicação de vacinas, inclusive para os animais de estimação. O calor não intimidou a população, que também era atendida dentro do Centro Comunitário das Castanheiras, da Paróquia, da escola e da unidade de saúde.
O conjunto de castanheiras que justifica o nome da praça está em floração e proporciona alguma sombra à população. A espécie é uma árvore longeva; já se encontrou exemplares com 800 anos. Ela pode atingir 60 metros de comprimento, perdendo em altura apenas para o angelim.
Acolhidos nesta sombra, Índia e Raj, cães farejadores da Guarda Municipal, seduziam crianças e adultos para uma foto e um carinho. Índia está prestes a se aposentar e será substituída pelo jovem Raj, de 8 meses. Instrutores explicavam que, diferentes dos que executam outras funções na corporação, os farejadores são estimulados no trabalho por meio da brincadeira e o contato com outras pessoas, explorando a ludicidade, é bom pra todo mundo.
Conjunto amplo de serviços
A Ação Cidadã objetiva levar um conjunto amplo de serviços da Prefeitura de Belém diretamente aos bairros da cidade, nos dias de sábado, favorecendo as pessoas que têm dificuldade de deslocamento até os respectivos endereços de secretarias e órgãos no meio da semana.
Texto:
Erika Morhy
