


Estar cada vez mais próxima do cidadão e zelar pelo patrimônio têm sido a principal missão da Guarda Municipal de Belém, que nesta quinta-feira, 27 de setembro, completa 27 anos de existência.
Com sede localizada na avenida Pedro Álvares Cabral, bairro do Umarizal, a Guarda Municipal de Belém (GMB) conta, atualmente, com um efetivo de 1.161 agentes, uma realidade bastante diferente do momento em que foi implantada oficialmente, quando o efetivo era de apenas 143 guardas, que tinham a função voltada apenas para a defesa do patrimônio público municipal.
Além do aumento no quadro efetivo, a GMB também passou por outra grande mudança, quando lhe foi atribuída a segurança urbana municipal e atribuições de proteger e guardar a população, parques, praças, jardins e logradouros públicos do município.
Para o comandante da GMB, Almir Ferreira, este é mais um momento de parabenizar homens e mulheres que se dedicam diariamente na prestação de um bom serviço para a população. “Este é mais um ano de atuação em prol da nossa cidade. São 27 anos de serviços prestados, e eu tenho certeza que a força, a capacidade e a vontade da formação de uma guarda cada vez mais atuante, capacitado e, principalmente, próximo do cidadão, faz parte do pensamento de cada um de nós, pois entendemos que é em parceria com a comunidade, o melhor meio de gerir segurança pública”, afirma.
Para fazer a população se sentir parte deste festejo, não só pela data em si, mas por todas as conquistas da instituição, alguns guardas municipais aproveitaram para contar por meio de depoimentos, a história de cada um dos grupamentos que compõem a GMB.
Corporações da Guarda Municipal De Belém
O Operacional, que inclusive, foi o primeiro grupamento a ser criado, ainda em 1991, é responsável pelo planejamento, execução e controle das atividades operacionais. O grupo é formado por 767 agentes, dentre eles, está Weslei Miranda, de 47 anos, e 21 anos de trabalho na GMB. Para ele, esses mais de 20 anos de história representam mudança de vida. “Antes de ser guarda eu era autônomo, vendia peixe no Ver-o-Peso, foi quando olhei pela primeira vez para aquele uniforme azul da guarda. Com o passar do tempo surgiu a oportunidade de fazer o concurso”, recordou. “Hoje, quando olho para dentro de casa, para a minha família, vejo a grande influência que a guarda exerceu em minha vida. Ela me transformou e me fez querer voltar para a sala de aula para ter um curso superior”, completou.
Saxofonista por vocação e amor, George Lago, de 45 anos, integra outro grupo da GMB, o da Banda de Música criada desde 1992. Formada por 48 músicos, os integrantes se apresentam nos eventos de formatura do município (missão militar e escolar) e em shows das atividades promovidas pelas comunidades da capital paraense. Há 26 anos na corporação, George afirma que cada apresentação aproxima o músico, ainda mais, da população. “A gente se reúne para levar a alegria. É interessante fazer as apresentações e saber que o público que prestigia, fica encantado”, relata o saxofonista, que destaca a interação entre os músicos que compõem o grupamento. “Naturalmente há esse clima de descontração no nosso serviço. A harmonia vai além dos instrumentos, ela é do grupo. Somos praticamente uma família. Uma família construída nestes anos dentro da Guarda Municipal”, completa.
Criado em 1991 e com 46 efetivos, o Grupamento de Ações Táticas, o GAT, destaca-se pelo controle de distúrbio civil, como nos casos de reintegração de posse, desapropriações, desocupações, intervenções em situações de risco como manifestações e desordens públicas, bem como o cumprimento de ordens de serviços solicitadas pelos órgãos da Prefeitura de Belém e outras situações que exijam uma presença ostensiva da GMB.
Fernanda Pereira, de 40 anos, é guarda municipal há oito, e lembra que no início o grupo de ações táticas era formado apenas por homens, mas, após alguns anos, as mulheres conquistaram seu espaço. “O GAT é o tipo de grupamento que ‘não é para qualquer um, e sim para quem quer’. Você carrega o peso do uniforme, do colete, das armas, enfim, é um conjunto de equipamentos que requer este esforço”, conta a guarda. “Então, ao mesmo tempo que a gente se divide em casa com a tarefa de ser mãe, esposa e dona do lar, temos que estar preparadas para qualquer situação de conflito para intervir. Apesar de não ser uma profissão fácil, eu faço o que gosto e pretendo seguir nela até quando eu puder, e faço isso com orgulho”, relata.
Josiel Soares, 37 anos, entrou um ano antes que Fernanda na instituição. Há nove anos ele forma o Grupamento de Ações Táticas com Cães (Atac). Com um efetivo de 38 guardas e criado em 2007, o Atac tem como missão específica a de dar apoio nas operações da Guarda Municipal e cumprir as ordens de serviços expedidas pelos órgãos municipais. Além disso, é um dos principais grupamentos nas ações do projeto “Guarda Amigo da Escola”, que leva para as unidades da rede municipal, ações educativas com cães.
Para Josiel, o melhor de trabalhar com o auxílio do cão, é saber que mesmo indo para dentro das escolas para falar de segurança, a didática ganha um novo sentido. “A gente se vê em meio das crianças podendo falar e demonstrar as ações de segurança e de combate às drogas. Conseguimos, ainda, arrancar o sorriso dos meninos e meninas ao mesmo tempo em que levamos a informação”, relata.
Ainda em 2007, foi criada a Ronda Ostensiva da Capital (Rondac). O trabalho segue no combate diário à criminalidade e nas operações das polícias civil e militar, além das atividades das secretarias municipais.
O grupo é formado por 34 guardas, entre homens e mulheres. Shirlene Freitas, 44 anos, está há 17 anos na guarda, e Raiza Souza, 27, há cinco anos. Apesar da diferença de idade e tempo de serviço, as duas compõem o grupo dos “homens de preto” e revelam a paixão em exercer a função. “Batemos de frente com a criminalidade. É um trabalho que requer muito de cada um, mas é valoroso”, afirma Raiza. “Nossa atuação é, sobretudo, de saturação, coibir as ações criminosas que podem estar chegando às nossas crianças nas escolas, praças, espaços públicos. Nosso maior objetivo é fazer com que a criminalidade se distancie dos locais”, completa Shirlene.
Ainda falando de mulheres da corporação, a GMB criou mais recentemente o programa SOS Mulher. Responsável por atuar no monitoramento e pronta-resposta com as mulheres em situações de medida protetiva, o SOS também integra o Programa SOS Paz, que garante a segurança no entorno das escolas municipais. Além disso, é o grupamento responsável pelo videomonitoramento nos bairros da Terra Firme e Guamá, e atende pelo número 153.
Michelle Marinho, de 41 anos, está na guarda há 21 anos, como ela mesma ressalta, “metade da vida dedicada a profissão”. “Por saber que tentamos de todas as maneiras garantir a vida de uma mulher que se encontra nesta situação, é valoroso. Como guarda e como mulher, o sentimento é de satisfação”, avalia Michelle, que se emociona ao definir os anos de profissão. “Eu amo o que faço. Perdi meu pai no dia que fui buscar minha farda pela primeira vez, e toda a base que tive para manter o sustento da minha família, veio daqui. Eu sou grata pelo que faço, e por estar fazendo o melhor ao cidadão”.
O depoimento de Michele, somado aos outros seis guardas municipais dos diferentes grupamentos, reforçam as conquistas da corporação que podem ser comemoradas neste dia 27.
Matéria originalmente publicada na Agência Belém.